Portanto, as piadas e os comentários sobre mulheres no volante, que muitos consideram inofensivos, escondem uma realidade onde o direito de ir e vir foi negado para uma parcela da sociedade, que precisou conquistar o seu espaço em diversas áreas da sociedade.

E, apesar de muita coisa já ter mudado desde que a primeira brasileira tirou sua carteira de motorista em 1932, a nossa cultura ainda precisa evoluir para superar os estereótipos que afastam elas do setor automobilístico.

Segundo os dados do Denatran, em 2014 as mulheres representavam apenas 30% dos motoristas, ou seja: a autonomia está sendo conquistada, mas ainda há muito para melhorar.

Esses números tendem a crescer conforme a participação no mercado de trabalho for aumentando, porque dirigir também é um ato de independência.

Mas, o que precisa ser feito hoje para mudar essa realidade?

Para realizar mudanças culturais, é preciso reconhecer que o problema existe e dar espaço para que as pessoas afetadas por ele consigam compartilhar suas vivências.

Portanto, é muito importante que as mulheres possam conversar sobre os preconceitos e as violências que sofrem no trânsito, além de saberem identificar quando estão sendo minimizadas e subestimadas por causa do seu gênero.

Hoje há diversas iniciativas, tanto governamentais, quanto de empresas privadas, que tem como objetivo debater esse assunto com a seriedade que ele merece, entendendo que para ter cada vez mais mulheres no volante, seja como motoristas profissionais ou apenas nos horários de lazer,é preciso ouvi-las e oferecer oportunidades para realizar mudanças concretas que vão trazer cada vez mais liberdade.

Além de abrir espaço para discutir sobre essas mudanças, também é essencial que as campanhas consigam representar a realidade e que saibam conversar com esse público diverso que foi, por tantos anos, deixado de lado quando o assunto é carro.

Entender que as mulheres no volante são diversas, e que todas encontram independência da sua forma, é o melhor jeito de desmistificar e superar ideias antigas.