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Em um mês, mortes no trânsito aumentam 140 em Campinas
Por Redação Portal
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Os óbitos ocasionados por acidentes de trânsito cresceram 140% em um mês em Campinas. Os números foram divulgados nesta semana pelo Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP) e revelam que, enquanto fevereiro registrou 5 óbitos, em março, o total mais do que dobrou: 12 vítimas fatais.
Segundo os dados, o primeiro trimestre de 2022 acumula 26 óbitos em acidentes de trânsito, um número que é 37% maior do que o primeiro trimestre de 2021.
O advogado e especialista em trânsito e mobilidade urbana, Renato Campestrini, analisou os índices e aponta fatores sociais relacionados à sazonalidade, como o retorno das férias e o impulso na atividade econômica pós-pandemia, para o impacto nos indicadores.
“Março foi um mês em que começaram as atividades laborais, com mais veículos em circulação, mais pessoas buscando renda, mais pessoas trabalhando… Então, consequentemente, a gente acaba experimentando crescimento do número de óbitos por acidentes de trânsito”, aponta.
De acordo com dados do Infosiga, Campinas registrou ainda 330 acidentes sem vítimas fatais. Assim como ocorreu com os óbitos, o total de acidentes também vem em uma crescente, tendo 245 registros no mês de janeiro, 276 no mês de fevereiro e o aumento de 19,5% registrado em março.
Campestrini avalia que essa tendência de crescimento começou logo após dezembro, que é um mês cujos indicadores permanecem altos e sofrem uma queda quando chega o primeiro mês do ano. Isso, porque há uma migração dos veículos que comumente circulariam na cidade para outros polos, sobretudo, devido às festas e também às férias.
Já em março, quando há o retorno da normalidade, a tendência, conforme analisa Campestrini, é de crescimento desses índices. Em relação ao aumento de casos, comparado ao primeiro trimestre do ano passado, a pandemia e a legislação mais rigorosa naquele período são apontados pelo especialista como agravantes na diminuição das ocorrências.
“O período da pandemia foi o aquele em que a gente teve duas coisas: menos veículos circulando e a legislação um pouco mais rigorosa. Então, isso permite um controle maior. Já neste momento, com uma legislação mais tolerante, um volume maior de veículos em circulação e a retomada econômica das atividades, fica propício que tenhamos um cenário com um aumento dos indicadores de sinistro de trânsito”, defende.
Motociclistas
Em relação às vítimas, das 26 registradas somente em 2022, 13 eram motociclistas, 7 pedestres e 5 estavam em automóveis, os demais não foram informados pelo sistema.
Os números apresentam ainda a condição que ocasionou o óbito. Mortes por atropelamento lideram o ranking, com 8 registros, seguidas por as ocasionadas por choque e colisão, com 7 casos cada. A maioria das pessoas, 61,54%, morreu no local do acidente.
Impactam nesse índice o número de trabalhadores que atuam com motos para serviço de delivery. Campestrini avalia que, nesses casos, um aumento de infrações de trânsito e também dos comportamentos que são nocivos ao tráfego é esperado. Ele cita, por exemplo, o fato do motociclista estar mais atento ao celular na busca por um endereço do que ao tráfego, ultrapassando sinais vermelhos e cometendo outras infrações.
“A motocicleta já é um veículo que possui um risco inerente, sendo mais arriscado que os demais. Então, quando você tem uma redução da percepção de risco, com o motociclista atento a outras coisas, o risco de eleva muito. Além disso, aumentou o número de pessoas que a prestar esse serviço, muitas vezes, sem o preparo necessário. Por isso, a moto, seja para uso profissional ou pessoal, demanda mais atenção do condutor.”
Em relação a uma possível queda de indicadores, Campestrini avalia que é preciso uma ação conjunta da sociedade civil e poder público para uma alteração nos dados.
“A gente nunca pode deixar de trabalhar a educação pelo trânsito”, frisa. “O brasileiro, infelizmente, ainda tem o péssimo hábito de somente respeitar as normas de trânsito quando ele está sendo fiscalizado. Por isso, tem que haver agente de trânsito em número condizente, uma tecnologia favorável à segurança viária, fiscalização dos níveis de velocidade, o que, acredito, é um dos principais fatores de risco nos acidentes de trânsito. Tem que se utilizar videomonitoramento, para verificar os pontos de maior problema e verificar situações de risco existente, e em relação aos condutores, além de respeitar as regras de trânsito a todo o momento.”
Fonte
Correio.rac
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