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Fortaleza se aproxima de meta da ONU para reduzir mortes em acidentes de trânsito
Já houve uma redução de 44% nas mortes por 100 mil habitantes

Até o fim de 2020, Fortaleza tem a meta de reduzir a mortalidade relacionada a acidentes de trânsito pela metade, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é relacionado ao período entre 2011 e 2018, e já houve uma redução de 44% nas mortes por 100 mil habitantes.
Em maio de 2011, a ONU lançou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, no qual governos de todo o mundo se comprometeram a adotar medidas para prevenir esse tipo de ocorrência.
No ano passado, foram registradas 8,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes na Capital cearense. Em 2011, o índice era de 15,4. Entre 2014 e 2018, a cidade acumula quatro quedas consecutivas nos óbitos gerais por esse motivo. Só em 2018, 226 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito – uma morte a cada 65 colisões.
Conforme o secretário-executivo da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Luiz Alberto Sabóia, as projeções de 2019 encaminham a cidade para a quinta queda consecutiva, mas também pede cautela. “Devemos ficar próximos da meta, mas não podemos arriscar ainda. Com o fim de ano, a gente redobra a atenção porque aumenta o consumo de bebida alcoólica”, aponta.
A alcoolemia é um dos principais focos nas ações de fiscalização da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). “Embora muitas vezes a velocidade seja apontada como a causa principal do acidente, ao beber, as pessoas conduzem de forma mais agressiva”, destaca o secretário-executivo.
Poder público e especialistas também destacam que a redução está ligada a intervenções em mobilidade urbana, redesenho viário e comunicação, além de mudanças no comportamento de condutores, ciclistas e pedestres.
Números
As causas de mortes no trânsito são totalmente evitáveis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os principais mortos em Fortaleza, estão motociclistas e pedestres, com 44,7% e 36,7% do total, respectivamente, conforme o relatório anual elaborado pela Prefeitura de Fortaleza em parceria com a Iniciativa Bloomberg pela Segurança Viária. Os homens representam 83,2% do total de vítimas que perderam a vida no trânsito.
De acordo com Luiz Alberto Sabóia, a cidade vem, aos poucos, transferindo a prioridade do “fluxo” para a “vida”. “O que eu percebo é que os condutores passam a respeitar os modos mais vulneráveis. Ainda não temos o respeito à faixa de pedestres como queríamos, mas as travessias elevadas ajudam nisso. É uma mudança em curso, é preciso um tempo maior para incorporar”, considera.
O G1 entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE) para saber que ações de conscientização e fiscalização desenvolvidas pelo órgão na Capital poderiam ajudar a alcançar a meta, mas não recebeu retorno.
“Estamos finalizando, no primeiro trimestre do ano que vem, o Plano de Segurança Viária de Fortaleza partindo do princípio de que o número de mortes aceitáveis no trânsito é zero”, ressalta Sabóia. “A gente ainda tem muito à frente. Na Europa, temos cidades em que há uma morte para cada 100 mil habitantes. No Plano, vamos estabelecer metas anuais para que isso seja um processo continuado”.
Fonte
G1 Ceará