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Investigação aponta que PMs recebiam propina pra apreender carros em blitze
Por Redação Portal
A quadrilha era investigada há três anos e há pelo menos oito atuava no órgão
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Dezesseis pessoas foram denunciadas à Justiça pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suposto envolvimento em um esquema criminoso no Detran de Santa Luiza, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nove pessoas já estão presas. A quadrilha era investigada há três anos e há pelo menos oito atuava no órgão solicitando o pagamento de propinas a condutores de veículos em troca de agilidade nos serviços oferecidos pelo Detran.
“O que a gente percebeu é que a organização agia para que fossem feitas blitz, pela Polícia Militar e que essas blitz resultassem na apreensão dos veículos, que iriam para aqueles pátios e, com a liberação dos veículos eles ganhavam propina, com a venda dos veículos eles também participavam da venda. Então era um ciclo muito rentável”, explicou a promotora de Justiça, Paula Ayres.
A investigação também apontou que havia um esquema de desvio de peças de carros apreendidos e, em alguns casos, ocorriam apreensões simuladas, com o objetivo de fazer com que o motorista pagasse propina para emitir o documento do veículo daquele ano mais rapidamente.
Dentre os denunciados estão policiais civis, militares, empresários, donos de pátios, servidores públicos, despachantes e até o delegado de polícia responsável por chefiar o Detran do município, que é apontado como o chefe de todo o esquema.
“O que a gente apurou ao fim da investigação é que ele era o mentor, o coordenador, o chefe do esquema e principal beneficiário. Era quem dava as ordens e solicitava aos seus subordinados que fizessem as atividades criminosas apuradas”, explicou a promotora de Justiça.
O inquérito foi aberto após a deflagração da operação cataclisma, no dia 28 de novembro deste ano. Na operação, R$ 850 mil foram apreendidos em espécie e o MPMG conseguiu na Justiça, o bloqueio de R$ 650 mil dos envolvidos no esquema. Por meio da quebra de sigilo bancário dos denunciados, os promotores de Justiça revelaram que a quadrilha movimentou cerca de R$ 19 milhões nos últimos oito anos.
A escolha dos pátios credenciados também não foi feita por meio de licitação, entretanto há em vigência um decreto estadual que permite que esse credenciamento possa ser feito sem a necessidade do procedimento licitatório. “O que vige hoje, de acordo com o decreto estadual, é essa liberdade sem se seguir critérios objetivos. E a atividade do pátio é muito rentável. Então é importante que a gente observe, de forma muito objetiva, as pessoas tem a capacidade de desempenhar essas função para evitarmos atos de corrupção”, pontuou Paula Ayres.
Os denunciados podem responder por crime de organização criminosa, obstrução de investigação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, paculato, corrupção passiva e ativa, além de improbidade administrativa no caso dos servidores públicos envolvidos no esquema. Devido à complexidade da organização, os promotores de Justiça informaram que investigação foi desmembrada, continua e pode apontar, futuramente novos denunciados por participação no esquema criminoso.
Fonte
O Tempo
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