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Celular ao volante: um dos grandes vilões das mortes e lesões que não caem no trânsito

Apesar dos avanços em campanhas educativas, fiscalizações e melhorias na legislação, o Brasil ainda convive com números alarmantes de mortes e lesões no trânsito. Entre os fatores que mais contribuem para essa tragédia cotidiana, o uso do celular ao volante desponta como um dos maiores vilões, sabotando os esforços pela preservação da vida nas vias públicas.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o manuseio de celular durante a condução já é a terceira maior causa de mortes no trânsito no país. São 154 vidas perdidas por dia, totalizando cerca de 54 mil mortes ao ano. A combinação de direção e celular forma um coquetel perigoso que compromete a atenção, a percepção e o tempo de reação do motorista, tornando-o vulnerável a acidentes muitas vezes fatais.
O uso do celular ao volante é uma infração gravíssima, prevista no Parágrafo Único do Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A penalidade inclui multa de R$ 293,47 e a perda de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Contudo, mesmo com a severidade da penalidade, o comportamento persiste como um hábito enraizado e muitas vezes minimizado pela sociedade.
Pesquisas demonstram que atender uma ligação, trocar mensagens ou mesmo conferir notificações durante a direção pode ser tão ou mais perigoso do que dirigir alcoolizado. A distração gerada por uma simples olhada no celular pode resultar na perda de controle do veículo, atropelamentos ou colisões que poderiam ser evitadas com atenção plena ao trânsito.
O grande desafio está na mudança de comportamento. Campanhas educativas precisam ir além da informação e buscar tocar emocionalmente o condutor, fazendo-o compreender que a escolha entre olhar ou não para o celular pode significar a diferença entre a vida e a morte — sua e de terceiros.
Cabe ainda destacar a responsabilidade coletiva. Passageiros, familiares e amigos devem atuar como agentes de conscientização, alertando motoristas sobre os riscos e recusando atitudes negligentes. Além disso, o poder público precisa continuar investindo em tecnologias de fiscalização, como câmeras inteligentes e blitzes direcionadas ao uso do celular, para coibir essa prática com mais eficácia.
Em um momento em que se discute com urgência a necessidade de reduzir sinistros e promover um trânsito mais humano, combater o uso do celular ao volante é essencial. Se quisermos, de fato, salvar vidas, precisamos transformar o volante em um espaço de atenção e responsabilidade — e o celular, em mais um instrumento que se deve aprender a usar com consciência.
Porque no trânsito, a vida sempre deve estar em primeiro lugar.