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Seis equipes retornam à Fórmula 1 após ausência
Mas uma coisa é certa: em 2021, a principal categoria do automobilismo estará muito mais classuda com o retorno da inglesa Aston Martin, que assumirá a gestão da Racing Poing.

Mal sabemos o que acontecerá na temporada 2020 da Fórmula 1 por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus — até o momento, os organizadores afirmam que a primeira corrida acontecerá no dia 14 de junho, no Grande Prêmio do Canadá.
Mas uma coisa é certa: em 2021, a principal categoria do automobilismo estará muito mais classuda com o retorno da inglesa Aston Martin, que assumirá a gestão da Racing Poing.
Um piloto já está confirmado na nova equipe: o canadense Lance Stroll é filho de Lawrence Stroll, atual proprietário da Racing Point e responsável pela costura do acordo que colocará a fabricante de carros de luxo no grid de largada da F1.
Alçado a diretor da futura equipe, o bilionário investidor afirmou que a sede da Aston Martin permanecerá na cidade de Silverstone, atual base da Racing Point. Para a atual temporada, os pilotos da equipe são o mexicano Sergio Pérez e, claro, Lance Stroll.

O retorno da Aston Martin marcará um hiato de mais de 60 anos: a última vez que a fabricante britânica esteve na Fórmula 1 foi no ano de 1960, com o modelo Aston Martin DBR4 — o piloto inglês Roy Salvadori e o americano Carroll Shelby foram os responsáveis por representar a equipe no cockpit.
Em parceria com a empresa de engenharia britânica David Brown Corporation, a fabricante participou de apenas duas temporadas, em 1959 e no ano seguinte. Os melhores resultados foram dois sextos lugares, no GP da Inglaterra e no GP de Portugal, ambos obtidos em 1959 por Salvadori.
O modelo teve melhor sorte nas 24 Horas de Le Mans, conquistando o título da competição realizada no mesmo ano da estreia da equipe na Fórmula 1.

A Aston Martin, no entanto, não é a única montadora que voltou a dar as caras no grid de largada após um longo período de motores silenciosos. Há desde equipes que tiveram uma série de idas e vindas, como a Renault, até aquelas que enfrentaram um processo judicial por conta do nome utilizado pela escuderia (caso da malaia Team Lotus).
Relembre a seguir as seis equipes que retornaram à Fórmula 1 ao melhor estilo “a volta dos que não foram”:
Alfa Romeo
Um carro histórico, dirigido por um piloto mítico e que rendeu os dois primeiros títulos da história da Fórmula 1. Uma história de sucesso tão brilhante quanto efêmero, durando apenas duas temporadas.
Ao lado de equipes como a francesa Gordini, a Scuderia Ferrari (única a estar presente em todas as edições de F1 até hoje) e Officine Alfieri Maserati, a Alfa Romeo estava com os modelo 158 e 159 Alfetta no grid de largada do circuito de Silverstone no dia 13 de maio de 1950, data da primeira corrida da Fórmula 1 na história.

Entre os pilotos que defenderam a equipe estavam Giuseppe “Nino” Farina, o primeiro campeão mundial, e o argentino Juan Manuel Fangio, que conquistaria a temporada de 1951 (além de outros quatro títulos nos anos seguintes).
Após a dobradinha, entretanto, a Alfa Romeo decidiu retirar-se da Fórmula 1 após a recusa do governo italiano em ajudar a fabricante com os custos do desenvolvimento de um novo carro. A montadora só retornaria como uma equipe ao campeonato em 1979, com o nome de Autodelta, a divisão de carros de competição da Alfa Romeo.
No início dos anos 1980, os italianos estabeleceram parcerias com a fabricante de cigarros Marlboro e a empresa italiana de moda Benetton, mas não conseguiram repetir os feitos do início da década de 1950.

Afastada da competição desde o final de 1985, a fabricante fechou uma parceria com a equipe suíça Sauber em 2018 — no ano seguinte, a equipe foi rebatizada de Alfa Romeo Racing, com o finlandês Kimi Raikonnen e o italiano Antonio Giovinazzi, que mantiveram os postos para a temporada 2020.
Mercedes-Benz
Assim como a Alfa Romeo, a montadora alemã teve uma curta e brillhante passagem pela Fórmula 1 no início dos anos 1950. Com Juan Manuel Fangio, a equipe (que recebera o nome Daimler-Benz AG, em referência à fusão das duas fabricantes na década de 1920) venceu os campeonatos de 1954 e 1955.
Fangio, que começou o campeonato de 1954 dirigindo uma Maserati, venceu quatro das nove corridas da temporada a bordo do modelo Mercedes-Benz W196, equipado com um motor 1.5 com injeção direta — uma transferência de tecnologia dos caças alemães da Segunda Guerra Mundial.

No ano seguinte, Fangio venceria quatro das sete corridas do campeonato com o mesmo modelo consagrado na temporada anterior. O argentino ainda conquistaria mais dois títulos: um em 1956 com a Ferrari e outro em 1957 com a Maserati.
Apesar de tanto sucesso, um carro totalmente produzido pela Mercedes-Benz só retornaria à Fórmula 1 em 2010, após a equipe obter o controle da Brawn GP (que participou de apenas uma temporada, sagrando-se campeã em 2009 com um motor Mercedes).
Mas a volta seria igualmente em grande estilo. Com direito a Michael Schumacher como piloto de testes de luxo de 2010 a 2012, o time conseguiu fazer a sua “flecha prateada” empilhar títulos. De 2014 para cá, Lewis Hamilton venceu cinco campeonatos mundiais, enquanto o alemão Nico Rosberg conquistou um título (em 2016).

BMW
A fabricante alemã sediada na cidade de Munique participou do início da Fórmula 1 fornecendo carros para pilotos que competiam individualmente — na época, as regras eram bem menos rígidas e havia diversas “equipes” formadas por apenas um representante, que era dono e piloto do carro.
Em plena Guerra Fria (e com a Alemanha dividida em duas), chassis da BMW baseados no esportivo 328 foram fornecidos para pilotos alemães do Ocidente (capitalista e apoiado pelos Estados Unidos) e até para Rudolf Krause, um representante da Alemanha Oriental (sob influência da União Soviética).

A montadora só participaria da Fórmula 1 como equipe no ano de 1967, quando fechou uma parceria com a britânica Lola, especialista em fabricar carros de corrida. Pilotado pelo alemão Hubert Hahne, o modelo de chassi T100 da Lola com motor BMW 2.0 de quatro cilindros não conseguiu pontuar no campeonato.
Após mais duas temporadas sem conquistas, a BMW decidiu retirar-se da F1. Retornou nos anos 1980 como fornecedora de motores para a Brabham — o segundo título do brasileiro Nelson Piquet foi com o motor BMW 12 turbo que produzia 860 cv.
No início dos anos 2000, a BMW passou a fornecer motores para a Williams, em um dos últimos respiros da equipe inglesa como protagonista da Fórmula 1 com as exibições do piloto colombiano Juan Pablo Montoya.
Após assumir o controle da Sauber, a montadora alemã retornou para a F1 com uma equipe própria em 2006. O melhor desempenho do time ocorreu em 2007, quando a BMW ficou com o vice-campeonato do Mundial de Construtores (representada pelo alemão Nick Heidfeld e o polonês Robert Kubica). Neste ano, um Sebastian Vettel de apenas 20 anos era o piloto de testes da equipe.
Em 2009, a BMW decidiu mais uma vez retirar-se da competição e devolveu os direitos para a Sauber.
Lotus
Uma das mais tradicionais equipes da F1, a Lotus está na memória afetiva dos brasileiros por ser o carro que deu um título a Emerson Fittipaldi em 1972 — além da primeira vitória de Ayrton Senna, no GP de Portugal, em 1985.

Sediada no Reino Unido, a equipe fez sua estreia no campeonato em 1959 e permaneceu por quase três décadas e meia no grid de largada. Nesse período, venceu sete Mundiais de Construtores (durante as décadas de 1960 e 1970) e conquistou 73 vitórias.
Com carros icônicos, como o modelo preto e dourado fruto da parceria com a fabricante de cigarros John Player, a Lotus enfrentou um baque com a morte de seu fundador, Colin Chapman, em 1982.
No início dos anos 1990, a equipe fechou uma parceria com a Lamborghini para a fabricação dos motores, mas os resultados não vieram. No início de 1995, a Lotus anunciou sua retirada da Fórmula 1.
Após 16 anos, em 2009, um grupo sediado na Malásia anunciou o retorno da Lotus. Mas isso acabou gerando uma confusão que foi parar nos tribunais: o nome da equipe foi alvo de disputa entre os malaios e a Genii Capital, empresa de investimentos que comprou o time Renault na F1 no final de 2009 e tinha a intenção de rebatizar a equipe para Lotus Renault GP.

O problema envolvia disputas financeiras dos anos 1990, quando o grupo Lotus foi dividido em diferentes acionistas. O empresário malaio Tony Fernandes adquiriu os direitos pelo nome “Team Lotus” de David Hunt, irmão do ex-plioto James Hunt, que controlava essa propriedade intelectual desde 1994. Por outro lado, a Genii Capital tinha fechado um acordo com o Grupo Proton (dona da Lotus Cars desde 1996) para utilizar o nome da equipe.
Em 2011, o campeonato mundial contou com duas Lotus: o Team Lotus, da Malásia, e a Lotus Renault GP, sediada no Reino Unido, e que teve Bruno Senna como um de seus pilotos. No início de 2012, o Team Lotus da Malásia foi rebatizado com o nome Caterham e a Lotus de motor Renault tornou-se a única herdeira da tradicional equipe.
Apesar de todo esse esforço, a equipe passou por uma grave crise financeira em 2015 e ao final do ano foi readquirida pela Renault. Em algumas das últimas temporadas, os franceses homenagearam os carros marcantes da Lotus, com pinturas em preto e dourado.
Renault
Mais conhecida pelos motores que renderam parcerias históricas (com a sequência de campeonatos vencidos pela Williams e Benetton nos anos 1990 e o tetracampeonato da Red Bull, de 2010 a 2013), a história da Renault também é marcada pelas idas e vindas de sua equipe.
Herdeira da Gordini, que foi anexada pelo grupo Renault nos anos 1960, a equipe de Fórmula 1 francesa estreou na temporada de 1977 com o modelo RS01 equipado com um motor 1.5 turbo, uma novidade para a categoria.

Após a chegada de Alain Prost, em 1981, a equipe conquistou sua primeira vitória no GP da França de 1982 e conquistou um vice-campeonato no ano seguinte, quando Prost ficou atrás de Nelson Piquet.
A temporada de 1985 foi a última da Renault após uma sequência de nove anos. Com o sucesso como fornecedora de motores, a fabricante francesa decidiu retornar como uma equipe no início dos anos 2000.
Com o italiano Jarno Trulli e o inglês Jenson Button, a Renault voltou às pistas em 2002 com a pintura azul e amarela, visual que consagraria os dois campeonatos de Fernando Alonso (em 2005 e 2006).
O ponto mais baixo da equipe ocorreu em 2009, quando o brasileiro Nelsinho Piquet afirmou que teria batido de maneira intencional durante o GP de Cingapura do ano anterior. A ordem fora emitida pelo diretor da equipe, Flavio Briatore, para beneficiar Alonso.
Como resultado, Briatore foi banido da Fórmula 1 pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) e a equipe foi vendida para a Genii Capital.
Após o breve período do regresso da Lotus, a Renault retomou suas atividades em 2016. No ano passado, o australiano Daniel Ricciardo e o alemão Nico Hulkenberg representaram a equipe — a dupla será reeditada para esta temporada.
Honda
Assim como a Renault, a fabricante japonesa é associada pelos fãs de Fórmula 1 à fabricação dos motores dos anos 1980, que renderam vitórias em série para a Williams e McLaren.
Mas a montadora foi a primeira asiática a participar da categoria, na temporada de 1964, com o modelo RA271 (pintado com as cores da bandeira do Japão), de motor V12 1.5.
Curiosamente, a equipe não selecionou pilotos nipônicos: o americano Ronnie Bucknum foi o piloto selecionado para entrar no cockpit.
No ano seguinte, o time japonês conquistou a sua primeira vitória. O americano Richie Ginther ficou com a primeira colocação no GP do México, que encerrou a temporada de 1965.
O último ano da Honda na F1 da década de 1960 foi marcado por uma tragédia: durante um Grande Prêmio em sua terra natal, o francês Jo Schlesser derrapou na curva Six Frères e morreu após o seu carro sofrer um incêndio por conta da colisão.
A fabricante retornou enquanto um time em 2006, após adquirir os direitos da BAR (equipada com os motores japoneses nas temporadas anteriores). Rubens Barrichello e Jenson Button foram os pilotos selecionados para representar a equipe, obtendo a quarta colocação no Mundial de Construtores naquela temporada.
O ano de 2008 foi o último campeonato da Honda: ao final, Barrichello e Button permaneceram na recém-formada Brawn GP, que adquiriu a equipe japonesa.
Fonte
Quatro Rodas