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Volkswagen: Briga pela liderança e possíveis demissões
Como efeito da pandemia, a produção de veículos no Brasil caiu pela metade no 1º semestre de 2020

A Volkswagen vive um momento de opostos no mercado brasileiro: ao mesmo tempo que ficou em 1º lugar nas vendas de junho impulsionadas pelo SUV T-Cross, depois de um longo período de ausência no topo, a montadora também analisa como se adequar aos efeitos da pandemia de coronavírus.
O presidente da montadora na América Latina, o argentino Pablo Di Si, se reuniu com jornalistas pela internet nesta terça-feira (7) para falar sobre o atual cenário, a briga pela liderança e possíveis demissões.
“Se não tivermos uma melhora (nas vendas), teremos que adequar as fábricas, sim, mas essa será uma conversa que primeiro teremos com os sindicatos, no momento certo, ainda não tomamos uma decisão. E acho que vamos esperar mais um pouco para isso”, afirmou.
De acordo com o executivo, as negociações com o governo federal para obter empréstimos junto a bancos, na casa dos R$ 40 bilhões, para o setor não avançaram. Em abril passado, Pablo Di Si disse que seria o valor que toda a cadeia da indústria automotiva, das fábricas às concessionárias, precisaria para passar pelo auge da crise, disse o
“Tivemos várias reuniões com o governo; com o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social), com Paulo Guedes, infelizmente, isso não foi para a frente. Nós tentamos, com a Anfavea, pegar empréstimo com fornecedores. E, por diferentes motivos, não foi para frente”, revelou o argentino.
Segundo o presidente da Volkswagen, fornecedores da indústria são os mais frágeis de toda a cadeia, e alguns já “foram à falência” por causa da crise.
“Em termos de emprego, eu acredito que a indústria e a Volkswagen vão ter que se adequar ao mercado. Esperamos que melhore em julho, agosto. Ainda temos um fôlego de alguns meses com essa flexibilização laboral do governo”, afirmou o presidente da empresa, em referência à medida provisória 936, que flexibilizou as regras trabalhistas temporariamente
As 4 fábricas de carros Volks no Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais, já retomaram as atividades no país entre o final de maio e o começo de junho.
O acordo com os funcionários para a redução de jornada e salários em 30%, por 3 meses desde maio, termina no final de julho. Com a prorrogação da medida por parte do governo, a montadora disse que vai se reunir com os trabalhadores para estender a medida pelos próximos meses.
A maioria das montadoras aderiram às flexibilizações de jornadas, que garantem também a estabilidade de empregos. Em junho, a Nissan demitiu 398 empregados que estavam com contratos suspensos e teve que pagar multa.
De maio para junho, houve o corte de 963 postos na indústria veículos, uma redução de 0,9% de maio (106.456) para junho (105.520).
Como efeito da pandemia, a produção de veículos no Brasil caiu pela metade no 1º semestre de 2020, e a nova previsão das montadoras e fechar o ano com baixa de 45%. No mesmo período, os emplacamentos recuaram 38% no país.
Fonte
Auto Esporte