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Alysson Coimbra
A cada meia hora, um motorista embriagado é autuado
Por Alysson Coimbra

A Lei Seca completou 14 anos em junho e já provou, por meio de dados estatísticos e pesquisas científicas, que não só salvou mais de 40 mil vidas, como também reduziu os gastos públicos em R$ 558 bilhões em tratamentos de saúde decorrentes dos acidentes causados por motoristas embriagados. Ainda assim, milhares de brasileiros insistem em conduzir veículos sob o efeito de drogas e álcool, um crime que mata todos os dias.
Um levantamento feito pela Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostrou que, de janeiro a maio de 2022, 7.477 motoristas foram autuados por dirigirem sob o efeito de álcool nas rodovias federais de todo Brasil. Isso significa que, a cada meia hora, um condutor alcoolizado foi retirado de circulação.
Mas o número de pessoas que cometem esse crime é maior que a estatística dos que tiveram a embriaguez constatada no etilômetro: outros 19.093 condutores também foram impedidos de dirigir por se recusarem a fazer o teste do bafômetro.
Em cinco meses deste ano, mais de 26 mil motoristas que representavam risco imediato foram impedidos de continuar dirigindo. Impossível calcular quantas vidas foram salvas nesses meses por causa do reforço na fiscalização. Ainda de acordo com os dados da PRF, entre janeiro e maio houve um aumento de 2.308% na fiscalização.
Essa é a principal arma que as autoridades de trânsito têm para salvar vidas. E é também uma luta antiga das entidades que atuam na segurança viária.
Mas dados indicam não só o aumento da fiscalização, mas também o crescimento de um comportamento criminoso. O trânsito foi o espaço coletivo mais afetado pelos inevitáveis danos mentais e psicológicos da pandemia. Motoristas ansiosos, imprudentes, agressivos e violentos se envolvem mais em ocorrências de trânsito e infringem as normas de circulação mais frequentemente, quer seja pela desatenção ou pela direção insegura. Isso também leva ao abuso de drogas e álcool.
Agora o desafio é tornar ainda mais dura a vida daqueles que bebem ou usam drogas e insistem em dirigir. Uma das medidas que devem ser adotadas é a implantação dos drogômetros, fundamentais para evitar que o motorista migre do consumo de álcool para outras drogas quando for dirigir. Além do reforço na fiscalização, precisamos ampliar as quase inexistentes campanhas de conscientização por todo o Brasil. A educação tem um poder transformador também no trânsito.