Agente PRF gera polêmica ao questionar valorização do trabalho policial em vídeo fardado

Um vídeo publicado recentemente nas redes sociais pelo agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Anderson Okasaki provocou intensa repercussão. Conhecido por compartilhar momentos de sua rotina profissional, Okasaki surgiu fardado, em tom solene e com olhar firme, enquanto refletia sobre a morte de três colegas durante uma operação no Rio de Janeiro. Em sua fala, lançou o questionamento: “Será que vale a pena lutarmos por uma sociedade que, muitas vezes, não reconhece o trabalho da polícia e prefere apenas nos criticar?”

Em um primeiro momento, o discurso pode parecer apenas um desabafo emocionado. No entanto, o fato de estar fardado e se expressar como se representasse oficialmente a PRF gerou preocupações. O uso do uniforme confere à manifestação um peso institucional, podendo passar a impressão de que suas palavras refletiriam a visão da própria corporação.

Ao questionar publicamente o propósito da missão policial, Okasaki acabou confundindo parte dos seus milhares de seguidores, dando margem a interpretações perigosas — como a de que a instituição estaria, em si, desacreditando sua função diante das críticas sociais.

A Polícia Rodoviária Federal reagiu oficialmente, esclarecendo que manifestações pessoais sem autorização, ainda mais usando a farda, ferem as normas internas. Em nota, a PRF reforçou que “discursos individuais não representam o posicionamento da instituição” e anunciou a abertura de uma Investigação Preliminar Sumária pela corregedoria para apurar a conduta do agente.

Este episódio evidencia a necessidade de servidores públicos entenderem que, ao usarem símbolos oficiais — como uniformes —, suas falas ultrapassam o campo privado. Principalmente em tempos de redes sociais, é essencial lembrar que quem representa o Estado deve preservar a confiança pública em suas instituições, mesmo diante da dor ou da indignação.

O desafio de equilibrar sentimentos pessoais com a responsabilidade de manter a imagem institucional é um dos grandes dilemas atuais para todos que ocupam funções públicas. Afinal, mais do que um indivíduo, o fardado carrega consigo a missão de servir e proteger a sociedade, independente dos desafios e críticas.