Resultados de busca
Ainda precisamos de campanhas sobre uso do cinto de segurança

A ciência já demonstrou, de forma muito clara e objetiva, que o uso do cinto de segurança salva vidas. O brasileiro foi incorporando esse hábito ao longo dos anos. Na década de 1980, era raro encontrar um passageiro ou motorista usando o equipamento. Mudanças na legislação e campanhas educativas mudaram essa realidade. Hoje, 79,4% dos ocupantes do banco da frente se protegem. No entanto, esse número cai para pouco mais da metade, 54,6%, quando se trata de pessoas que viajam no banco traseiro. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, divulgada em 2021.
Isso acontece, em parte, porque as pessoas têm a falsa sensação de que o banco da frente funcionaria como proteção em caso de acidente. O caso do ex-BBB Rodrigo Mussi, que ficou gravemente ferido em um acidente por estar sem cinto no banco de trás, evidenciou o que a ciência já demostrou. Em uma colisão, o corpo do passageiro do banco de trás pode ser arremessado para frente com um peso até 35 vezes maior que o real.
O risco de morbimortalidade (ferimentos graves que podem levar à morte) dos ocupantes do banco da frente é cinco vezes maior quando os ocupantes do banco de trás estão sem cinto de segurança.
O uso do equipamento é obrigatório para qualquer ocupante do veículo. Segundo o artigo 65 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o descumprimento da regra é infração grave ou gravíssima, e a multa é de R$ 195,23.
Mais que pesar no bolso, deixar de usar o cinto representa a diferença entre a vida e a morte em um sinistro de trânsito. Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), ele é capaz de evitar até 100% das lesões do quadril, 60% das lesões da coluna vertebral, 56% das lesões na cabeça, 45% no tórax, e 40% no abdômen. São estatísticas que não podem ser ignoradas.
Em um sinistro de trânsito, o passageiro que não usa o equipamento pode sofrer lesões na coluna cervical e crânio sendo a gravidade dos ferimentos ainda maior em caso de ejeção para fora do veículo.
O hábito de usar o cinto quando ocupamos os assentos dianteiros também precisa ser replicado quando viajamos no banco de trás, e as campanhas educativas precisam ser redirecionadas para que essa mensagem seja assimilada.
Diversos são os fatores envolvidos em um sinistro, como velocidade, saúde do condutor, condições do veículo e da via, porém o uso de equipamentos de segurança pelos ocupantes do veículo comprovadamente reduz a gravidade de ferimentos e a chance de óbito.
Nosso deslocamento no trânsito precisa ser cada vez mais racional e menos automático, multitarefas durante a direção interferem na nossa capacidade de conduzir e viajar em segurança.
Atenção, cuidado e prudência nunca foram tão importantes. O trabalho conjunto entre entidades científicas e poder público é o caminho para a construção de políticas voltadas para a preservação de vidas no trânsito do Brasil, permitindo assim que todos tenham o mesmo direito e condições de se deslocar de maneira saudável e sustentável.
* imagem foto: Globo.com