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Ampliação de ciclofaixas e áreas de trânsito calmo são foco para 2020
Fortaleza é um mini laboratório de ações de mobilidade urbana

A Avenida Domingos Olímpio é um mini laboratório de ações de mobilidade urbana, em Fortaleza. Por lá, todo o visual colabora para entender: há espaço definido para o carro, para o ônibus (faixas exclusivas), para a bicicleta (ciclofaixas) e para a moto (nas áreas de espera dos semáforos). Medidas que, em maior ou menor escala, são replicadas em dezenas de outras ruas e avenidas da Capital. A cidade coleciona avanços – dentre eles, a redução de mortes no trânsito -, mas ainda tem para onde progredir, em 2020, quando o tema é deslocamento.
O operador de telemarketing Adrinaldo da Silva Barbosa, 34, por exemplo, sabe bem como funciona o transporte coletivo. Afinal, ele pega, pelo menos, quatro ônibus todos os dias, entre os bairros Vila Velha e Dionísio Torres. São até 30 minutos de espera (45, aos fins de semana), mais uma hora e 40 minutos de condução. Em resumo, são cerca de duas horas diárias em trânsito, tempo em que coleciona impressões sobre o serviço prestado na cidade, incluindo conforto e segurança.
“Em questão de estrutura, alguns ônibus, bem poucos, são confortáveis. Creio que, para melhoria, teria que ter uma amplitude maior de espaço para que o passageiro possa se acomodar melhor e evitar lotação, pelo menos um policial em cada veículo, assentos confortáveis e mais ônibus climatizados”, enumera ele, que defende ainda melhor capacitação de motoristas no atendimento aos passageiros.
Conscientização
O estudante Rafael Morais, 17, aprova o ainda recente incentivo ao uso de bicicletas na Capital. Em seu trajeto da Parangaba ao Bairro de Fátima, pedala cerca de 12 km – ou 40 minutos -, contando ida e volta. Parte do percurso conta com ciclovias, que respondem por 108 km dos 281,4 km da atual infraestrutura cicloviária de Fortaleza, conforme a SCSP. A maior parte dela, porém, é formada por ciclofaixas: são 166,4 km.
Além de fazerem muitos fortalezenses tirarem as magrelas da garagem, o sistema público facilitou as viagens de bike. Segundo a SCSP, os cinco anos do Bicicletar, neste mês de dezembro, contabilizam mais de 2,8 milhões de viagens e 245.966 cadastros. Embora conte com 80 estações, há previsão de instalação de mais 130 até o fim de 2020 – ampliando, assim, para 210.
Projetos
O representante da SCSP elenca outros três grandes projetos de mobilidade em construção, atualmente. O primeiro é o Plano de Acessibilidade de Fortaleza, que deve receber influências dos quase 23 mil domicílios ouvidos pela Pesquisa Origem-Destino para, por exemplo, orientar melhorias no transporte público.
Outro é o Plano de Caminhabilidade, para pensar “quais calçadas da cidade devem ter uma ação mais forte do Poder Público”. A padronização desses espaços, demanda antiga de idosos e pessoas com deficiência, já foi alvo, em novembro, de recomendação de melhorias por representantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).
O último é o Plano de Segurança Viária, para estipular metas anuais de redução de acidentes e definir ações estruturantes na área de tráfego.
O superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), Arcelino Lima, também considera importante os investimentos na sinalização, já que o aspecto visual influencia no comportamento dos condutores. “O Município é muito amplo. Antes, a gente tinha o uso do automóvel somente nas áreas centrais. Hoje, em qualquer bairro, vai ter muito carro e motocicleta, então vai ter necessidade de semaforização”, explica.
Além da infraestrutura, Arcelino Lima indica que devem crescer as campanhas de educação no trânsito, desde as crianças – com a distribuição de material didático nas escolas – aos adultos – com mais fiscalizações e ações em bares e restaurantes. A meta? Atacar “fatores de risco” para mortes no trânsito, como a alcoolemia, o não uso do capacete e o excesso de velocidade.
Fonte
Diário do Nordeste