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Aumento nas mortes de motociclistas em São Paulo desafia ações de segurança no trânsito

O mês de fevereiro de 2025 registrou um aumento alarmante no número de mortes de motociclistas em São Paulo, totalizando 31 óbitos. Este é o maior número para o mês desde 2015, quando o Detran iniciou a coleta de dados através da plataforma Infosiga. O índice de fatalidades reflete uma tendência preocupante na violência no trânsito, que, no ano passado, resultou em 484 mortes de motociclistas, um recorde nos últimos dez anos. No total, 1.033 pessoas perderam a vida no trânsito paulistano em 2024, o que fez do ano passado o mais letal desde 2016.
O aumento das mortes ocorre apesar de iniciativas da Prefeitura, como o programa Faixa Azul, que visa melhorar a segurança dos motociclistas. Criada em 2022, a Faixa Azul delineia corredores exclusivos para motos em avenidas de grande fluxo, como as ruas Faria Lima e Bandeirantes. Atualmente, a cidade conta com 215 quilômetros de Faixa Azul, e a gestão municipal aponta que, entre 2023 e 2024, houve uma queda de 47,2% no número de mortes nos trechos com esses corredores exclusivos.
Além disso, a Prefeitura implementou as chamadas “frentes seguras”, áreas onde as motos aguardam os semáforos em espaços exclusivos. Estas ações fazem parte de uma estratégia para reduzir acidentes fatais no trânsito da cidade. No entanto, motociclistas afirmam que, embora a Faixa Azul tenha contribuído para a segurança, ainda há muitos problemas a serem enfrentados, como o aumento no número de entregadores após a pandemia e o uso de celular por motoristas de carros, que ainda representam um risco significativo.
A concentração das mortes de motociclistas ocorre, principalmente, na periferia de São Paulo. Os bairros da Zona Sul, como Grajaú, Jardim São Luís, Capão Redondo e Campo Limpo, lideram as estatísticas de acidentes fatais. Em 2024, a região foi responsável por 40% dos óbitos registrados no trânsito, com destaque para a Marginal Pinheiros e a Estrada de Itapecerica, que, respectivamente, lideraram os números de mortes no ano passado.
Além dos dados alarmantes, o debate sobre os serviços de mototáxi também ganhou destaque no início de 2025. Após o lançamento da operação de mototáxi pela 99, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) suspendeu o serviço, argumentando que ele poderia levar a uma “carnificina” no trânsito. A Uber, por sua vez, entrou com uma ação na Justiça para reverter a decisão e permitir a operação dos mototáxis, gerando ainda mais discussões sobre a segurança no trânsito. Em fevereiro, uma decisão judicial declarou inconstitucional o decreto de Nunes que proibia os mototáxis, e um novo julgamento sobre o caso está agendado para o dia 7 de abril.
Embora algumas ações da prefeitura tenham mostrado resultados positivos em trechos específicos da cidade, o aumento nas mortes de motociclistas e o intenso debate sobre os serviços de mototáxi mostram que ainda há muito a ser feito para melhorar a segurança viária na capital paulista. As autoridades e a sociedade precisarão trabalhar em conjunto para identificar e implementar soluções que possam reverter esse quadro de violência no trânsito.
Fonte
Redação TransitoWeb