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| Postado em 14 de abril de 2025 às 9:05

Crise sobre Rodas: Por que o Transporte Público está perdendo passageiros no Brasil

Crise sobre Rodas: Por que o Transporte Público está perdendo passageiros no Brasil

Nos últimos dez anos, o transporte público urbano, especialmente o sistema de ônibus, vem enfrentando uma queda drástica no número de passageiros em todo o Brasil. A perda chega a quase 50% da demanda, o que levanta um alerta para gestores públicos, especialistas em mobilidade e a sociedade em geral: estamos diante de uma crise silenciosa que pode comprometer a mobilidade urbana no país.

Diversos fatores contribuem para esse cenário preocupante:

1. O impacto do trabalho remoto e das novas rotinas

Com a pandemia da COVID-19, o modelo de trabalho remoto se consolidou em muitos setores, diminuindo o deslocamento diário de milhares de pessoas. Atividades que antes exigiam presença física, como reuniões, aulas e compras, passaram a ser resolvidas online, reduzindo a necessidade do transporte coletivo.

2. Crescimento das compras online

O e-commerce ganhou protagonismo. O que antes exigia uma ida ao centro da cidade ou ao shopping, agora chega em casa com poucos cliques. Isso reduziu não só o fluxo de consumidores, mas também impactou indiretamente toda a malha urbana de transporte público.

3. Falta de investimentos e perda de qualidade

Enquanto a demanda caía, a qualidade do serviço oferecido também caiu. Ônibus lotados, atrasos, itinerários limitados e aumento das tarifas afastaram ainda mais os usuários. A falta de investimentos em frota, infraestrutura e inovação torna o sistema público cada vez menos atrativo.

Menos passageiros significam menos arrecadação, o que gera menos recursos para investir no próprio sistema. Esse círculo vicioso aprofunda a precariedade e acelera a fuga dos usuários, que buscam alternativas como carros por aplicativo, motocicletas, bicicletas ou mesmo o transporte informal.

Se essa tendência não for revertida, corremos o risco de tornar o transporte público insustentável financeiramente e socialmente injusto. Afinal, quem mais depende dos ônibus são justamente as camadas mais vulneráveis da população, que não têm outras opções de deslocamento.

A saída passa por um novo pacto pela mobilidade urbana, que envolva:

• Subvenções públicas para equilibrar as tarifas;

• Modernização da frota com veículos sustentáveis;

• Integração com outros modais (bicicletas, trens, metrôs);

• Digitalização e gestão inteligente dos sistemas de transporte.

O transporte público precisa deixar de ser visto apenas como um problema e passar a ser encarado como solução estratégica para cidades mais sustentáveis, inclusivas e eficientes.

Estamos no momento ideal para reavaliar prioridades e entender que um transporte público eficiente não é gasto — é investimento. E quanto mais cedo isso for compreendido, maiores serão os ganhos para a mobilidade urbana, para o meio ambiente e para a qualidade de vida nas cidades brasileiras.


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