Segurança
Segundo Sacramento, os motoristas não têm poder para expulsar passageiros dos veículos e determinar quem sobe e quem fica.
“Qual a segurança que ele vai ter para fazer isso? Não tem como. Porque, se ele for impedir um passageiro, ele pode ser até agredido. E o passageiro quer viajar, pois os ônibus demoram de um para o outro. Ele está ali também toda hora, ele pode sofrer agressão”, destacou o vice-presidente do sindicato.
Metas a cumprir
O motorista de uma linha de ônibus que circula pela Zona Oeste da cidade e que passa pelos bairros de Campo Grande e Bangu, dois dos mais afetados pela pandemia do coronavírus, afirmou que chega a trabalhar 12 horas por dia e é pressionado para cumprir metas, mesmo com menos passageiros circulando.
“Colocam poucos carros, querem que a gente ande com o carro superlotado, sabem o risco que a gente está correndo. Cada dia que passa fica mais complicado”, afirmou o motorista, que preferiu não ser identificado.
Campo Grande é o terceiro bairro do Rio em número de casos, com 308 ocorrências, e o segundo em número de mortes, com 70 óbitos. Já Bangu vem logo em seguida, como o terceiro em número de mortes por Covid-19, com 62 casos, e sexto em número de registros da doença, com 210.
Redução de passageiros
Em nota, Secretaria Municipal de Transportes afirmou que houve redução de 68,7% na demanda de passageiros e de 34% em algumas linhas em circulação, e que, em alguns locais, a procura pelo transporte foi muito reduzida. A SMTR diz ainda que não há determinação para que a frota seja reduzida, e sim uma autorização para que seja adequada à demanda de passageiros no atual cenário.
Desde o início da pandemia, 328 multas foram aplicadas por lotação indevida e outras irregularidades nos serviços. A secretaria destaca que conta com a colaboração da população ara saber em quais linhas as medidas de isolamento social não estão sendo respeitadas.
A Guarda Municipal afirma que, desde o dia 22 de março, orienta os passageiros somente nas estações do sistema BRT para evitar aglomeração e também coibir que as pessoas sejam transportadas em pé nos ônibus. Durante o patrulhamento de rotina, os agentes distribuem máscaras de proteção e orientam passageiros sobre a importância da utilização do equipamento.