Fortune Mouse
João Eduardo Moraes de Melo

João Eduardo Moraes de Melo

Colunas
26/03/2020 às 8:48 | Atualizado em 26 de março de 2020

O Coronavírus e os acidentes de trânsito

Por João Eduardo Moraes de Melo

O Coronavírus e os acidentes de trânsito

Em dezembro de 2019, o mundo foi apresentado a um novo vírus que ataca o sistema respiratório, o coronavírus, que foi descoberto em Wuhan uma cidade chinesa de 11 milhões de habitantes.

A proliferação do vírus levou uma boa parcela da sua população a internação e em alguns casos ao óbito. Até o dia 23 de março um total de 81.093 casos tinham sido confirmados e 3.270 mortes ocorreram na China.

Tedros Adhanom, diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou em 11 de março que a organização elevou o estado da contaminação à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), após a sua disseminação por outros países.

Imediatamente as nações passaram a agir elaborando novas legislações, promovendo ações para melhorar os serviços de atendimento médico para melhor recepcionar e cuidar dos pacientes portadores do vírus, determinaram ainda o isolamento social, por quarentenas, da população, tudo isso para previnir a disseminação do vírus nas cidades.

No Brasil, tivemos o primeiro caso em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo com um homem infectado de 61 anos.

Hoje passados 30 dias, após o primeiro caso, contabilizamos 2.433 casos confirmados e 57 mortes em dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.

Na Itália, um dos países com maior número de infectados, o Ministério de Saúde registrou ao menos 7.503 mortes por Covid-19 e mais de 57,5 mil casos confirmados do início da epidemia até o dia 25 de março.

Todas as medidas adotadas e ainda em adoção no mundo são necessárias e importantes para salvar vidas, mas precisamos dosar a sua aplicação, com segurança, para que os seus reflexos na economia não nos tragam no futuro tempos piores e amargos.

Gostaria de focar agora e fazer um contraponto dos números acima com as estatísticas de trânsito pelo mundo e no Brasil.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, no mundo morrem por ano 1,35 milhões de pessoas em acidentes no trânsito.

No Brasil, segundo o Conselho Federal de Medicina – CFM, são 5 mortes a cada 1 hora em acidentes de trânsito, ou seja aproximadamente 120 mortes por dia, que remetem a 3.600 mortes no mês. Somos o quinto país do mundo com maior número de vítimas de acidentes de trânsito.

Fora o número de mutilados e sequelados que segundo estatísticas do DPVAT representam aproximadamente 300.000 pessoas indenizadas a cada ano por invalidez permanente.

Números infinitamente maiores que as piores projeções para o coronavírus no Brasil e no Mundo, inclusive com perspectivas de ciclo de validade, a exemplo do que aconteceu na China com a sua estabilização quatro meses após o seu surgimento no país.

Controlar o movimento de pessoas, testar a população e isolar os infectados foram as soluções encontradas pelos chineses.

Os casos suspeitos são avaliados e testados em áreas separadas nos hospitais. Os infectados graves são hospitalizados e todos os demais ficam em observação, mas não em casa, porque os chineses descobriram que uma pessoa infectada, mesmo sem sintomas, mas em isolamento domiciliar, estava espalhando o vírus para o resto da família. Lá, quase 80% das transmissões aconteceram dentro de casa, entre grupos familiares.

O Mundo precisa acordar agora para a pandemia que está acontecendo no trânsito, nossos mortos, mutilados e os incapacitados pedem atenção e paz.

Será que o combate ao novo coronavírus, que une nações e povos, não pode ser exemplo de unidade em torno de um propósito ?

Será que não podemos tomar ações efetivas e proativas na busca pela diminuição de acidentes de trânsito ?

Será que vamos continuar apenas promovendo campanhas e fixando décadas para diminuição dos acidentes de trânsito, sem ações reais e palpáveis no caminho de uma solução definitiva ?

Confesso que hoje, adotando todos os cuidados necessários e seguindo as orientações dos órgãos de saúde, corro menos riscos de contrair o coronavírus do que ser vítima de um acidente de trânsito, seja como condutor ou pedestre, nas vias do nosso país.

Inclusive poderemos averiguar que o isolamento social, determinará um forte impacto na redução dos acidentes de trânsito, demonstrando que ainda temos muito a melhorar em comportamento e convivência para um trânsito mais seguro e muito mais humano.

Acorda Brasil. Vamos salvar vidas.

João Eduardo Moraes de Melo


Tags


Deixe sua reação


Deixe seu comentário

1

avatar
1 Comentários da discussão
0 Comentários da discussão
1 Seguidores
 
Comentário mais reagido
Hottest comment thread
1 Comentários dos autores
Ícaro Vasconcelos Pereira Recent comment authors
  Inscreva-se  
mais novo mais velho mais votado
Notificar se
Ícaro Vasconcelos Pereira
Visitante
Ícaro Vasconcelos Pereira

As piores projeções para o coronavírus são 40 vezes piores que os acidentes de trânsito, entendo que seja importantíssimo nos unirmos contra os acidentes de trânsito, mas sugiro que edite a proposição em seu texto de que eles sejam mais graves que a atual crise viral. Podemos ter 50 milhões de mortos no mundo todo e 1 milhão no Brasil, a Itália, bem menor que o Brasil já registra quase mil mortes por dia por coronavírus, quase 8 vezes o número de acidentes aqui. Entendo que temos o mesmo inimigo, o DPVAT foi atacado pelos mesmos que atacam os esforços… Leia mais »

Notícias Relacionadas
Mais Vídeos
Ambulância: dê a preferênciaAmbulância: dê a preferência
Vídeos

Ambulância: dê a preferência

Seja você a mudança que quer para o mundoSeja você a mudança que quer para o mundo
Vídeos

Seja você a mudança que quer para o mundo

Clubinho Honda – Segurança no TrânsitoClubinho Honda – Segurança no Trânsito
Vídeos

Clubinho Honda – Segurança no Trânsito

Em todo o mundo pessoas arriscam a sua vida e dos seus no trânsitoEm todo o mundo pessoas arriscam a sua vida e dos seus no trânsito
Vídeos

Em todo o mundo pessoas arriscam a sua vida e dos seus no trânsito