Parceria entre Uber e iFood esquenta disputa no mercado de delivery no Brasil

O iFood e a Uber anunciaram uma parceria estratégica que promete intensificar a concorrência no mercado de entregas do Brasil. Com o acordo, os usuários poderão pedir corridas da Uber diretamente pelo app do iFood — e também acessar os serviços de delivery do iFood no app da Uber.

A aliança foi anunciada no momento em que novas concorrentes, principalmente chinesas como 99Food (da Didi) e Keeta (da Meituan), começam a investir pesado no país. O mercado, atualmente dominado pelo iFood com cerca de 80% de participação, está passando por uma transformação com a entrada dessas gigantes.

Com a parceria entre as empresas haverá a integração de serviços, ou seja corridas da Uber pelo iFood e entregas do iFood pela Uber. O objetivo é aumentar pedidos, gerar mais renda para entregadores e facilitar a vida do consumidor, segundo Diego Barreto, CEO do iFood.

A entrada das plataformas chinesas representa um grande desafio para o iFood. 99Food volta ao mercado com plano de investir R$ 1 bilhão para criar um “superapp”, com transporte, delivery, serviços financeiros e cashback via 99Pay. Já a Keeta, da gigante Meituan, promete investir R$ 5,6 bilhões no Brasil. A empresa já é líder em delivery na China.

A Rappi também está na disputa, com plano de investir R$ 1,4 bilhão nos próximos três anos, sendo 40% apenas no setor de entregas de comida. A estratégia inclui taxas zero para restaurantes e foco em captar novos usuários.

Duas decisões importantes mudaram o cenário nos últimos anos:

1. Fim dos contratos de exclusividade do iFood com restaurantes, imposto pelo Cade (órgão antitruste brasileiro).

2. Lançamento do Open Delivery, um sistema que padronizou a integração entre restaurantes e plataformas de entrega, facilitando a entrada de novos players.

Com 55 milhões de usuários e 400 mil estabelecimentos parceiros, o iFood já oferece mais do que entrega de refeições: há serviços de farmácia, mercado, empréstimos para restaurantes, ferramentas de gestão e um programa de fidelidade com mais de 11 milhões de assinantes.

Segundo a diretora de comunicação do iFood, Regina Maia, o objetivo agora é transformar o app em um hub de serviços.

Especialistas acreditam que essa “guerra dos apps” trará benefícios como redução de taxas para restaurantes, melhores ganhos para entregadores e mais promoções e preços competitivos para os consumidores.

Apesar da pressão, o iFood ainda tem uma vantagem competitiva: base ampla de usuários e restaurantes, histórico de inovação e grande conhecimento do mercado local.

Fonte
Redação TransitoWeb

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