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| Postado em 07 de abril de 2025 às 8:10

Pesquisa aponta que 40% dos entregadores de aplicativos já sofreu acidente

Pesquisa aponta que 40% dos entregadores de aplicativos já sofreu acidente

Uma pesquisa realizada pela ONG Ação da Cidadania revelou dados alarmantes sobre as condições de trabalho dos entregadores de aplicativos de comida no Brasil. De acordo com o relatório “Entregas da Fome: Insegurança Alimentar Domiciliar em Trabalhadores de Aplicativos de Entrega de Comida nas Cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”, 41,3% dos entregadores já sofreram algum tipo de acidente durante o exercício da função. Além disso, um terço dos entrevistados, ou seja, 32%, enfrenta insegurança alimentar.

A pesquisa foi baseada em entrevistas com 1.700 entregadores nas duas maiores cidades do país e teve como objetivo analisar as condições socioeconômicas dessa categoria de trabalhadores. Os dados evidenciam uma rotina extenuante, marcada por jornadas longas, precariedade e insegurança.

Rodrigo Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, ressaltou a importância da pesquisa para desmistificar o modelo de trabalho dos entregadores. “A pesquisa ajuda a mostrar a real condição em que esses trabalhadores estão inseridos e as consequências disso na vida deles. Além disso, é essencial que a sociedade veja esses dados para que possamos debater a necessidade de uma regulação que realmente beneficie os trabalhadores”, afirmou Rodrigo.

Jornadas Exaustivas e Baixos Rendimentos

A pesquisa também apontou que a maioria dos entregadores enfrenta jornadas exaustivas. Quase 60% deles trabalham sete dias por semana, e o mesmo percentual dedica mais de nove horas diárias às entregas. Mesmo com essa carga de trabalho intensa, a renda familiar dos entregadores é baixa, com a maioria das famílias recebendo entre 2 e 5 salários mínimos mensais. O trabalho, que para muitos é a ocupação principal (91,5%), é realizado sem folgas para mais da metade dos entregadores (56,7%).

“Esse trabalhador enfrenta uma vida de sobrecarga, com jornadas longas e riscos elevados. Apesar de todo o esforço, os ganhos são baixos e a segurança no trabalho é praticamente inexistente”, destacou Afonso.

Acidentes e Falta de Benefícios Sociais

A pesquisa também revelou que mais de 40% dos entregadores sofreram algum tipo de acidente enquanto trabalhavam. Embora a maioria dos acidentes tenha sido de menor gravidade, 38,8% dos entrevistados relataram acidentes mais sérios, que exigiram afastamento do trabalho. Além disso, apenas 27,8% dos entregadores contribuem para a previdência social, o que impede que eles tenham acesso a benefícios como aposentadoria e assistência médica.

Insegurança Alimentar

Em relação à alimentação, a pesquisa mostrou que, apesar de a maioria dos entregadores afirmar ter uma boa alimentação, um terço da categoria sofre algum grau de insegurança alimentar. De acordo com os dados, 18,5% das famílias enfrentam insegurança alimentar leve, 5,5% enfrentam insegurança alimentar moderada e 8% enfrentam casos graves.

Rodrigo Kiko Afonso destaca a grave falta de suporte social e de políticas públicas para esses trabalhadores. “O trabalho de entregador é o único para muitos, mas não oferece segurança para o futuro. Esses trabalhadores não têm acesso a benefícios como previdência, plano de saúde ou qualquer tipo de assistência social, o que acaba gerando custos para o Estado, enquanto as empresas do setor continuam lucrando milhões”, enfatizou o diretor da ONG.

Protestos por Direitos

Os dados da pesquisa vêm à tona na mesma semana em que os entregadores de aplicativos realizaram uma paralisação nacional de dois dias, reivindicando melhores condições de trabalho. Entre as demandas estão o aumento da taxa mínima por entrega para R$ 10, o aumento do valor do quilômetro rodado e o limite de três quilômetros de distância para entregas feitas por quem utiliza bicicleta.

A pesquisa e a paralisação refletem as condições desafiadoras enfrentadas pelos entregadores de aplicativos, evidenciando a necessidade urgente de mudanças nas políticas de trabalho e na regulamentação dessa profissão.

Fonte
Redação TransitoWeb

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