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Propor o fim das autoescolas, é um EQUÍVOCO.

Começo a ver nos grupos de WhatsApp e Facebook, especialmente de amigos instrutores de trânsito, um debate agitado sobre um projeto de lei que visa por fim nos Centro de Formação de Condutores, então usarei neste artigo uma linguagem bem prática e direta para fazermos juntos essa reflexão. Vem comigo.
Nos nossos números não confiáveis de estatísticas de trânsito, hoje “produzimos”anualmente quase 40.000 mortos e 250.000 sequelados em acidentes ou sinistros, como queiram, de trânsito no Brasil.
Os governos de plantão por muitos anos ainda não encontraram a fórmula correta que eduque e forme para o trânsito com solidez, segurança e a garantia de resultados práticos que reflitam diretamente na diminuição de lesões e mortes no trânsito.
Os processos atualmente aplicados nos órgãos de trânsito que vão desde o exame médico de saúde ao exame prático de direção, carecem de ajustes e adequações que contemplem a certeza de que o condutor habilitado estará apto ao final do processo a convivência no trânsito com consciência, ética, conhecimento e técnicas necessárias a preservar a sua e a vida do próximo.
Durante toda a vida do cidadão, desde a sua infância até a chegada aos 18 anos, idade mínima necessária para se candidatar a habilitação, não lhe é oferecido pelo menos oficialmente, o contato mínimo sobre o tema trânsito, sua legislação, sinalização, os cuidados, os princípios de direção defensiva e todas as suas especificidades.
A única garantia que temos de que o candidato recebe um mínimo de informações, definidas em legislação própria sobre trânsito, conhecimento e treinamento é através das aulas ministrada pelos Centros de Formação de Condutores as tradicionais auto escolas.
Questiono então: porque se falar no fim deste único instrumento legal de formação, antes de vencermos as etapas anteriores e necessárias para que o cidadão possa chegar ao domínio da condução de um veículo em condições de não transformá-lo numa arma que de posse dela lhe proporcionam a condição de matar com ela ou de morrer por ela ?
Muito infeliz, entre outras, a propositura da senadora Katia Abreu, através do PL 6.485/2019, que debruçada apenas sobre a letra fria dos valores que justificam seu projeto de lei, propõem o fim da obrigatoriedade das auto escola e a CNH gratuita, este último ponto sim discutível desde que subsidiado pelos valores das multas para atender as camadas mais carentes da população, que necessitam do documento para exercer seu direito de ir e vir e muitas vezes para o seu sustento.
Uma proposta sem justificativas plausíveis, nem estudos técnicos que corroborem e pavimentem as suas finalidades.
No lugar de propor o fim, devemos propor avanços que coloquem especialmente a tecnologia disponível a serviço de um processo de formação mais seguro e que verdadeiramente prepare o candidato que, como condutor, logo estará nas ruas compartilhando nas cidades espaços de mobilidade urbana, e precisa o fazer com muita urbanidade.
Lamentável que propostas como estás ganhem corpo, espaços e debates em vésperas de eleições, com a velha política sempre buscando angariar dividendos junto a determinados públicos.
Não sei se este caso se encaixa nesta situação, mas caso assim o seja, seria execrável sob todos os aspectos, pois desestabiliza um setor que precisa estar focado na melhor formação dos nossos condutores, buscando suprir a falta da educação para o trânsito que deveria estar inserida nas diretrizes da educação das nossas crianças, adolescentes e juventude.