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11/02/2020 às 3:00 | Atualizado em 11 de fevereiro de 2020

Seguro de carro intermitente pode ser mais barato que o comum

Por Informe-se

A opção é conhecida como intermitente, e oferece mais possibilidades para proprietários protegerem seus bens de forma flexível.

Seguro de carro intermitente pode ser mais barato que o comum
Reprodução

Foi autorizado, em agosto de 2019, uma nova modalidade de seguro de carro no Brasil. A opção é conhecida como intermitente, e oferece mais possibilidades para proprietários protegerem seus bens de forma flexível. Especialistas explicam como o seguro intermitente funciona e apontam prós e contras da novidade.

“Hoje, você faz o seguro por um ano, mas por não ficar todos os dias dirigindo. Às vezes, o carro fica guardado na garagem ou não está em risco”, ilustra o professor e coordenador da Escola Nacional de Seguros, José Antônio Varanda.

Agora, com o seguro de carro intermitente, o dono do veículo pode contratar uma cobertura que só vale pelos períodos em que ele estiver realmente em risco, ao invés de todo o tempo do contrato.

A novidade passou a valer no Brasil em agosto de 2019 com a Circular 592, publicada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Desde então, as seguradoras estão desenvolvendo novos modelos que em breve estarão no mercado.

Por isso, vale ficar por dentro de como os novos formatos vão funcionar. De acordo com especialistas, eles podem ser mais interessantes para alguns perfis de usuários do que o seguro convencional.

Como o seguro de carro intermitente funciona?

“A princípio, o seguro de carro intermitente é uma cobertura que só vale pelo período de tempo em que realmente for necessária, a depender do usuário”, explica Varanda. Assim, ele pode funcionar por hora, minuto, dias, ou meses.

As possibilidades são muitas, e o especialista aponta dois modelos que devem estar entre os mais usados.

Seguro liga-desliga

No modelo de seguro de carro liga-desliga, uma das possibilidades do seguro intermitente, o contrato é similar ao de uma conta de celular pós paga. O dono do veículo paga uma assinatura básica e, no fim do mês, paga pelo que usou.

“É como a luz residencial. Você tem toda a rede elétrica funcionando, mas você só acende a luz na hora que liga o interruptor. Então, na hora que você avisa a seguradora, está valendo a cobertura; desligou o interruptor, desligou a cobertura”, ilustra Varanda.

Para tanto, o especialista imagina que as seguradoras passarão a adotar aplicativos de celular. Através deles, o usuário poderá ligar e desligar a cobertura do seguro de carro. Ao fim do mês, pagará pela assinatura e pelo tempo em que a manteve ativada.

Seguro de carro pay per use

Outra modalidade que se torna possível no Brasil com a autorização do seguro intermitente pela Susep é o pay per use. O termo em inglês quer dizer “pague por uso”. Ela é similar ao liga-desliga, mas exige que o usuário determine os períodos de vigência no momento da contratação.

Por exemplo, o dono do veículo pode usá-lo apenas três vezes por semana e, nos outros dias, deixá-lo guardado em um local seguro. Se sua rotina for sempre a mesma, ele pode contratar um seguro de carro que estará valendo apenas naqueles momentos.

Assim, se houver alguma ocorrência naquele período, ele estará segurado. Contudo, se acontecer alguma coisa em outro momento, ele estará sem a cobertura.

Cobertura também pode aumentar e diminuir

Como explica Varanda, da Escola Nacional de Seguros, o interessante do seguro intermitente é sua flexibilidade, que permite a criação de inúmeros modelos de seguro de carro (ele também vale para outros bens).

Assim, os dois formatos que o especialista comentou acima podem – ou não – oferecer o aumento e diminuição da cobertura, a depender dos períodos.

Ou seja, a assinatura básica pode oferecer uma proteção mínima contra danos de terceiros (caso o motorista estrague o carro de outra pessoa em um acidente). Em outros momentos, o usuário poderá ativar a cobertura compreensiva, que é a mais completa e também a mais cara.

Dessa forma, ele não ficará totalmente desprotegido nos momentos em que a cobertura não estiver ativada.

Prós e contras do seguro de carro intermitente

Considerando as possibilidades que o novo formato de seguro vai trazer para o mercado, Varanda comenta os pontos positivos e negativos para os usuários.

A depender do perfil de uso do veículo, a novidade pode ser mais interessante que o seguro anual. Em outros casos, a cobertura convencional será a melhor opção, e isso vai depender do tempo de ativação da cobertura.

De acordo com o especialista, quando o seguro de carro anual é contratado, ele vai cobrir o veículo por períodos de risco menores e maiores dentro desse ano. Assim, o valor da cobertura será proporcional a todos esses riscos.

Mas quando o usuário contrata um seguro apenas para um período de maior risco, como é o caso do seguro intermitente, seu custo também tende a ser maior, explica Varanda.

Pelo lado positivo, se o usuário precisa do seguro de carro apenas por alguns meses, ou caso vá fazer uma viagem ou outra situação específica, o intermitente pode ser interessante. “Mesmo sendo um pouco mais caro, ele ainda vai valer muito mais a pena”, calcula o professor e coordenador da Escola Nacional de Seguros.

Diferença de preços no seguro de carro intermitente

Uma simulação da empresa de comparativos, Compara Online, reforça as previsões de Varanda. De acordo com uma simulação feita pela empresa, o seguro de carro intermitente vale mais a pena quanto menor for o período de cobertura.

“O seguro por quilômetro faz sentido para homens que circulam menos que 50 quilômetros por dia; e para as mulheres, fica mais em conta a partir de 40 quilômetros por dia”, aponta a empresa.

“Para quem circula muito, cerca de 70 quilômetros por dia, o seguro por quilômetro fica até 90% mais caro do que o convencional”, conclui a análise.

Por que um carro que saiu de linha pode ter seguro mais caro?

Confira, na tabela abaixo, a simulação do seguro de carro intermitente em relação ao convencional feita pela Compara. Ela leva em conta um Chevrolet Onix, carro mais vendido do Brasil atualmente.

O perfil do segurado é uma média para homens e mulheres com 37 anos de idade. O comparativo também considera uma assinatura de R$ 1.020 ao ano para o seguro intermitente, à qual é somada o valor por quilômetro rodado a cada dia.

Mulheres

A dona do Chevrolet Onix pagaria R$ 2.508 para proteger seu carro no seguro anual (convencional). Para o seguro de carro por quilômetro, incluindo o valor da assinatura simulada pelo Compara, pagaria os valores seguintes.

Na última coluna, você vê a diferença que ela pagaria em relação ao seguro anual.


Observe que o seguro intermitente só se tornaria lucrativo para as mulheres que circulam 40 quilômetros por dia ou menos.

Seguro de carro para homens

Para os homens, o seguro de carro por quilômetro, de acordo com essa simulação da Compara, seria mais barato para os que rodam 50 quilômetros por dia ou menos. Para eles, o seguro convencional do Chevrolet Onix seria de R$ 2.870 ao ano.


Lembramos que esta é apenas uma simulação, e as seguradoras levam muitos fatores em consideração na hora de determinar o valor da cobertura.


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