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Um momento de fúria no trânsito

A crescente violência no trânsito brasileiro levanta questionamentos sobre a adequação dos requisitos para a renovação da CNH. Um incidente em Salvador, no qual um motorista em estado de fúria invadiu um supermercado em Salvador, destaca a necessidade de avaliações psicológicas periódicas para motoristas. Esse tipo de comportamento indica um risco significativo tanto para o condutor quanto para a
Comportamentos impulsivos, agressivos ou irracionais ao volante são fatores determinantes em muitos acidentes graves e fatais. Além das habilidades técnicas, a capacidade emocional de lidar com situações de estresse no trânsito deve ser monitorada ao longo do tempo, visto que, após a perícia psicológica efetuada, e a obtenção da CNH, podem surgir transtornos psicológicos. O projeto tramitado em caráter terminativo na Câmara dos Deputados, que prevê a avaliação psicológica no ato da renovação da CNH, visão garantir que os motoristas mantenham a aptidão mental necessária para conduzirem veículo automotor.
O projeto de lei em questão busca incluir a avaliação psicológica como um dos requisitos obrigatórios na renovação da CNH, assim como já ocorre com a avaliação médica. Atualmente, a avaliação psicológica é exigida apenas em algumas situações, como para motoristas profissionais ou em casos de renovação após penalidades. A inclusão desse exame para todos os condutores pode ser uma medida preventiva contra episódios como o mencionado, assegurando que indivíduos em condições mentais instáveis sejam identificados antes de causarem sinistros com danos materiais e principalmente à vida.
O caso do motorista em Salvador somado a tantos outros se tornam exemplo. Tais episódios podem ocorrer com maior frequência à medida que o trânsito das grandes cidades se torna mais congestionado e os níveis de estresse aumentam. O comportamento explosivo em uma situação que, embora estressante, não justificava, e sugere a necessidade de exames mais rigorosos, além de mais frequentes de saúde mental, não deve ser encarada como uma mera formalidade, mas como uma medida necessária para garantir a segurança no trânsito. A saúde mental dos condutores é tão crucial quanto suas habilidades físicas para operar um veículo.
Por Danilo Oliveira Costa
Presidente Instituto Brasileiro de Direito do Trânsito.
Presidente da Comissão de Trânsito da OAB.